segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Nunca vi um alentejano a cantar sozinho...
















Nunca vi um alentejano a cantar sozinho com egoismo de fonte.

Quando sente voos na garganta,
desce ao caminho
da solidão do seu monte,
e canta
em coro com a familia do vizinho.

Não me parece pois necessária outra razão
-ou desejo
de arracar o sol do chão-
para explicar
a reforma agrária
do Alentejo.

É apenas uma certa maneira de cantar.


Circunstâncias, IV
José Gomes Ferreira
Poeta do Porto
in Alentejo não tem sombra antologia contemporânea sobre o Alentejo organizada por Eugénio de Andrade

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